A identificação das orelhas para gatos de C.E.D

Marcação reta internacional

A marcação das orelhas é parte fundamental de uma iniciativa de CAPTURA, ESTERILIZAÇÃO e DEVOLUÇÃO.

Todos os gatos que passaram pelo método precisam desta identificação.

Os gatos ferais e ariscos de colônia não aceitam aproximação humana ou manejo se não estiverem anestesiados, então é impossível reconhecer os gatos castrados a distância sem a marcação da orelha.

Animais já castrados e que não possuem a marcação de orelha são novamente submetidos ao stress de captura e ao risco anestésico, sem motivo, além de ser uma perda de dinheiro e tempo para quem está envolvido com o controle reprodutivo destes animais.

A marcação reta da orelha ESQUERDA é uma sinalização internacional utilizada em quase todos os mais de 40 países que praticam C.E.D.

Um dos poucos exemplos de marcação diferente é a marcação do Japão, onde os gatinhos beneficiados são chamados “SAKURA NEKO” ou gatinho cerejeira, pela marcação se assemelhar à pétala da flor do país.

Não existe outra forma de identificação? Não.

  • Tatuagens: não é facilmente visível, sendo necessário captura e anestesia do animal. Causa dor na recuperação e fica escondida sob os pêlos.
  • Etiquetas plásticas na orelha: a orelha do gato é muito fina. A etiqueta pode causar infecção, ser arrancada ou causar ferimentos quando o animal se esconder em arbustos, além de incomodar continuamente.
  • Coleiras: não são efetivas ou seguras. Os gatos podem engordar e serem enforcados ou emagrecerem e as coleiras cairem. Tambem há risco de enforcar o animal se ele se prender em algum arbusto.
  • Microchips: não são efetivos pois também é necessário captura e sedação. No Brasil, muitos médicos veterinários não possuem os microchips ou aparelhos para leitura.

Por que a marcação reta é a melhor opção?

A marcação reta não atinge vasos sanguíneos importantes da orelha do gato, não causa desconforto, é feita enquanto o animal ainda está anestesiado da castração e cicatriza quase que imediatamente.

Nas marcações de aba e meia lua, vasos sanguíneos são atingidos e os animais podem abrir ainda mais o ferimento, pois, durante a cicatrização, coça e os animais podem alcançar com as unhas.

A marcação reta possibilita a visualização destes felinos furtivos a distância e de forma clara.

Mesmo gatos semi-domiciliados de pessoas carentes devem ser marcados, já que eles tem acesso livre à rua. Em alguns países todos os gatos castrados recebem uma marcação.

“Ah, mas marcar o gato manso pode dificultar a adoção dele.”

MITO. Uma boa parte dos gatos que vão para adoção nos EUA, por exemplo, passaram pelo C.E.D antes de terem a chance de serem adotados e seus tutores não tem nenhum problema com a marcação.

Quem quer adotar e amar um gato irá fazê-lo independente da cor, idade ou marcação da orelha.

Ao realizar uma ação de C.E.D em uma comunidade ou bairro, a marcação da orelha ajuda na educação e conscientização dos moradores, ao identificar aquele gato marcado como um animal que não irá reproduzir ou causará aborrecimentos com marcação de território com urina ou vocalizações excessivas de acasalamento ou brigas.

O incômodo que o felino sente ao ser identificado é o mesmo que ele sente durante a cirurgia de esterilização, ou seja, nenhum, assim como não sentem falta do útero, ovários ou testículos.

A marcação é feita enquanto o animal ainda está sob o efeito da anestesia.

É necessário que todos que fazem C.E.D no Brasil entendam a importância da marcação destes animais e o modo correto de fazê-lo.

CFMV

O CFMV entende que a marcação na orelha de felinos feita junto com o processo da castração, realizada por médico-veterinário, com o animal ainda anestesiado, em ambiente cirúrgico apropriado e seguindo os protocolos científicos corretos, é um procedimento técnico viável, não configura maus-tratos, nem ato de crueldade.

O Conselho não considera que seja mutilação estética, tanto que não o inclui no rol de procedimentos proibidos, previstos na Resolução CFMV nº 1027, de 10 de maio de 2013.

Cabe, no entanto, que os Conselhos Regionais de Medicina Veterinária fiscalizem os locais onde ocorrem as cirurgias para avaliar se os estabelecimentos de castração possuem médicos-veterinários como responsáveis técnicos.

Felinos abandonados e capturados para castração costumam ser marcados, com pequenos cortes na ponta da orelha, sinalizando que já passaram pelo processo de esterilização.

O objetivo é facilitar o reconhecimento visual dos gatos castrados e evitar que sejam desnecessariamente recapturados para outra intervenção.

Fonte: Felinos Urbanos