Essa ação está voltada para a conscientização da sociedade com relação ao abandono de animais que, apesar de ser crime, acontece com frequência no Brasil.
A cor verde foi escolhida devido à questão ambiental, que também está relacionada com os animais. Já o mês foi decidido porque abriga o Dia Internacional dos Animais, no dia 10. Além disso, dezembro está entre os meses onde há o pico de abandono no Brasil.
É também a partir de dezembro que as ONGs enfrentam dois problemas bastante sérios: a chegada de mais animais (em decorrência do abandono) e a queda na arrecadação financeira já que muitas pessoas cortam a ajuda para investir em passeios, presentes e contas extras dessa época do ano.
Embora o abandono de animais seja crime previsto pela Lei de Crimes Ambientais Nº 9.605, muitas pessoas ainda abandonam seus animais nas ruas, em locais afastados, estradas e até trancados dentro de casa sem alimento e água suficientes ou pessoa para cuidar deles enquanto saem para viagens de férias.
Todos os anos são inúmeros os casos de abandono com cães amarrados em postes, árvores e portões, largados no meio do mato ou em rodovias. Mas a chegada das férias ou das festas não é a única motivação para tamanha crueldade.
Muitos cães são “jogados fora” quando: adoecem, envelhecem, crescem demais, brincam demais e fazem xixi em lugar errado (por falta de paciência do tutor em ensinar o lugar correto). Fêmeas exploradas pela indústria de filhotes também são abandonadas depois que já não podem mais procriar.
Os gatos são abandonados pelos mesmos motivos dos cães e ainda por ocasião da chegada de um bebê na família devido ao mito de que grávidas não podem conviver com felinos. Além disso, tanto cães quanto gatos são frequentemente deixados para trás quando a família muda de casa ou de cidade alegando que não há lugar para eles.
E o que acontece com esses 30 milhões de animais em situação de rua pelo Brasil?
Alguns animais fruto de abandono chegam a morrer de tristeza. Outros, sem qualquer experiência na rua morrem atropelados. Muitos são alvo da maldade humana, mas todos passam fome e desespero.
Abandonados e resgatados
Na maior parte dos estados brasileiros já é proibido, por lei, capturar e induzir à morte animais em situação e rua. Mas quem cuida de tantos animais sem teto?
Um levantamento do Instituto Pet Brasil divulgado este ano mostrou que mais de 170 mil animais estão sob os cuidados de 370 ONGs e grupos que atuam na proteção animal em todo o país. O estudo concluiu também que a maioria esmagadora dos animais tutelados por ONGs são cães contra apenas 4% de gatos – até mesmo porque muitos protetores cuidam de gatos de colônias instaladas em locais públicos, priorizando levar para abrigos apenas os filhotes e animais debilitados.
Solução: guarda responsável e controle populacional ético
Antes de adotar um animal a pessoa precisa ter certeza que poderá arcar com o novo membro da família pelo resto de sua vida. É como um casamento: na riqueza ou na pobreza, na saúde ou na doença. Isso deve também ser ensinado às crianças em casa e na escola. Elas precisam saber que animais não são brinquedos descartáveis e que adotá-los significa assumir uma responsabilidade por toda a vida deles.
Já com relação aos animais em situação de rua, a melhor e mais eficaz maneira de minimizar a procriação e, com isso, o sofrimento de muitos ou a sentença de passar a vida inteira numa baia de canil ou abrigo superlotado, é a castração. O método de CED – Captura, Esterilização e Devolução ao local de origem é, inclusive, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).