Ao realizar no último dia 13 processo licitatório com pregão eletrônico para adquirir medicamentos veterinários (antibióticos injetáveis e vermífugos) e ração para cão adulto, para o Programa de Controle da População Animal Errante, da Secretaria Municipal de Saúde, a Prefeitura traz à tona a questão da população canina de rua em Montes Claros, que segundo Ongs do setor já beira 70 mil animais. Fora gatos, que também têm sido abandonados amiúde, principalmente filhotes, que costumam ser deixados nas casas alheias na calada da noite.
O controle da população canina de rua, necessário, entre outros motivos, para evitar a incidência da Leishmaniose Visceral, o popular calazar, cujo processo de infecção humana precisa dos cachorros, os hospedeiros do vírus transmitido pelo mosquito Flebótomo (também conhecido como palha, birigui ou tatuquiras), passa pela castração dos animais, cuja providência a Prefeitura ainda não conseguiu implantar. O procedimento, que impede a proliferação dos bichos é uma alternativa ao sacrifício puro e simples, medida repudiada pela sociedade e pelas Ongs e que por isso mesmo acabou descartada pela saúde pública.
Embora muita gente não o saiba, em Montes Claros existem Ongs que além de acolher cães de ruas, tratá-los e dar-lhes em adoção, participa das discussões a respeito das questões envolvendo o destino desses animais, que comem, literalmente, o pão que o diabo amassou nas ruas da cidade. Todas vivem a expectativa de que o poder público municipal efetive algumas das medidas sugeridas por representantes das instituições e da sociedade organizada. Tratar e alimentar os animais é um bom começo.
Segundo voluntários das Ongs, Montes Claros figura entre os municípios do interior com maior número de cães abandonados, muitos desprezados pelos donos por estarem velhos e doentes. Eles destacam que a adoção de algumas medidas, pelos órgãos competentes, pode reduzir esse número a níveis aceitáveis, com efeitos positivos também na saúde das pessoas consiga implantar a proposta de castração de cães e gatos de rua (e de residências, se este for o desejo dos donos).
ALIMENTE UM CÃO DE RUA
Na tentativa de minorar o sofrimento dos cães de rua, muita gente tem aderido à campanha convocando a alimentar um cão abandonado. Já é comum encontrar – principalmente no centro da cidade – vasilhas estrategicamente colocadas sob marquises com ração e água. Talvez ainda não na quantidade necessária, mas o bastante para mostrar que, felizmente, a sociedade ainda tem muita gente de bom coração. Outra forma de as pessoas minorarem o sofrimento dos animais é entregando-os às Ongs para doação, ao invés de abandoná-los nas ruas. Telefones e endereços delas são facilmente encontrados na internet. E muitas vão à residência apanhar o animal, principalmente no caso de filhotes, cuja adoção é mais fácil.
CENTRO DE CASTRAÇÃO
Recentemente a Prefeitura convocou clínicas veterinárias para atuarem na castração cirúrgica de cães, em atendimento à demanda do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). De acordo com a administração, existe um projeto aprovado para a construção do Centro de Castração dentro do espaço onde funciona o CCZ, orçado em R$140 mil e que vai ser acompanhado pelo Conselho Nacional de Veterinária.
Segundo Edvaldo Freitas, coordenador do CCZ, para controlar a população canina é preciso castrar os animais e também realizar um trabalho educativo com os moradores, para evitar o abandono.
Fonte: Jornal de Notícias