Amor sobre quatro patas

A adoção de animais é um dos caminhos para reduzir o número de cães nas ruas, que em Montes Claros chega a 30 mil. Em troca, os donos vão receber muito carinho, amor e atenção. É o caso de Fernanda e da filha Ana Luiza. Elas se apaixonaram à primeira vista ao encontrar a cadelinha Lola no abrigo da entidade Apelo Canino. (Foto: Solon Queiroz)

“Adotar é um ato de amor”. Com este lema, a Apelo Canino busca diminuir o número de cães abandonados nas ruas de Montes Claros, que está em torno de 30 mil animais. O trabalho não é fácil. Para continuar, a entidade precisa do apoio de toda a sociedade.

“As pessoas nos criticam. Falam que deveríamos adotar uma criança ou cuidar de um idoso ao invés de cachorro. Elas acham que animal não tem sentimento, que animal não precisa da gente”, desabafou Márcia Valadares, fundadora do abrigo Apelo Canino, que há mais de dois anos exerce o importante trabalho de recolher os animais da rua e encaminhá-los a uma família.

A adoção de animais é um dos caminhos para reduzir o número de cães nas ruas, que em Montes Claros chega a 30 mil. Em troca, os donos vão receber muito carinho, amor e atenção. É o caso de Fernanda e da filha Ana Luiza. Elas se apaixonaram à primeira vista ao encontrar a cadelinha Lola no abrigo da entidade Apelo Canino. (Foto: Solon Queiroz)
A adoção de animais é um dos caminhos para reduzir o número de cães nas ruas, que em Montes Claros chega a 30 mil. Em troca, os donos vão receber muito carinho, amor e atenção. É o caso de Fernanda e da filha Ana Luiza. Elas se apaixonaram à primeira vista ao encontrar a cadelinha Lola no abrigo da entidade Apelo Canino. (Foto: Solon Queiroz)

Márcia recusou ser fotografada e diz não gostar de aparecer publicamente. A timidez prova que o trabalho dela com abrigo é pela pura satisfação de ver um animal bem cuidado. “O mais importante para criar um animal de estimação é ter amor para dar”, garantiu.

A Apelo Canino é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 2010 em Montes Claros, onde a população de cães é de aproximadamente 60 mil. Metade vive nas ruas. Unidos por um amor em comum aos animais domésticos, um grupo de profissionais de diversas áreas juntou forças para concretizar um sonho antigo. “Recolhemos animais doentes, maltratados e em situação de risco, proporcionando segurança e tratamento veterinário adequado, deixando-os saudáveis para que possam ser adotados por quem também está disposto a dividir o mesmo amor”, afirmou a presidente da entidade, Nilza Pereira.

A parceria com clínicas veterinárias permite que os animais sejam completamente tratados antes de serem adotados. O médico veterinário, Eugênio Teixeira da Costa, explica que ao ser abrigado pelo Apelo Canino, o cachorro passa por cuidados gerais: “Fazemos um trabalho completo até que o animal fique com uma boa saúde. Damos as vacinas necessárias, cuidamos dos ferimentos, da higiene e, em alguns casos, até tratamento psicológico para os bichinhos que sofreram algum tipo de trauma”. Alguns deles chegaram a ficar até quatro meses em tratamento antes de ser liberado para a adoção.

No início do ano, a Apelo Canino fez um abaixo-assinado, junto a outras Organizações Não Governamentais (Ongs), em que pedia o fim da prática da eutanásia pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Os animais recolhidos nas ruas da cidade tinham apenas três dias antes de serem sacrificados. Senão aparecesse ninguém para adotá-los, no prazo de 72 horas, a morte induzida era o destino. “A eutanásia, agora, só será executada nos animais contaminados da Leishmaniose e com um laudo veterinário”, afirmou Eugênio. Segundo ele, a principal medida para diminuir a quantidade de animais que vivem nas ruas é a castração: “Resta à sociedade agir mais em defesa dos animais. Vamos começar as campanhas da castração para diminuir a população dos que moram na rua, por isso é tão importante que as pessoas adotem e cuidem dos animais desabrigados”.

Confira a reportagem completa na Revista TEMPO. Já nas bancas.