Animais à solta

Grande número de cães, cavalos e pombos preocupa moradores de várias regiões de Montes Claros

O grande número de animais soltos pelas ruas da cidade é motivo de preocupação. Neste ano, a secretaria Municipal de Serviços Urbanos já apreendeu 867 bichos, incluindo cavalos e bois. Em média, são cinco animais de grande porte capturados por dia em diversos bairros do município. O descontrole pode aumentar o risco de transmissão de doenças. Quem quiser reaver o animal tem que pagar taxa de R$ 89,20, além da diária de R$ 4,74. As penalidades, no entanto, nem sempre coíbem a falta de zelo dos proprietários.

“Já tivemos o caso de um animal recolhido duas vezes em dias seguidos”, destaca Floriano Cardoso, responsável pelo setor de apreensões da Prefeitura de Montes Claros.

O mecânico Paulo Costa é um dos que perceberam o aumento da população de cães nas ruas da cidade. Ele acredita que isso se deve à falta de ação do poder público e dos ex-donos.

“Os animais abandonados provocam até acidentes nas ruas, porque você pode perder o controle após desviar deles. Não entendo muito bem do assunto, mas eles podem contribuir com a propagação das doenças. Alguns são, inclusive, muito ferozes”, diz Paulo.

Membro da Associação Justo Olhar, Aline Matos esta na luta há 12 anos pelos direitos dos animais e considera que os pets são as grandes vítimas da falta de controle populacional e de programas de conscientização. “A solução não é imediata. A saída é conscientizar a população da sua obrigação com os animais”.

O Controle de Zoonoses (CCZ) informou que o serviço de castração e recolhimento de cães está suspenso desde maio e que nenhum funcionário estava autorizado a conceder entrevista.

POMBOS
Outro problema que está incomodando os moradores da cidade é o grande número de pombos, principalmente nos bairros da região central do município.

A dona de casa Ivonete Martins já não sabe mais a quem recorrer. “Pedimos direto à prefeitura providências a respeito dessa infestação de pombos, que é um ataque à nossa saúde, mas nada é feito”, reclama.

A forma mais comum de infecções causadas pelos pombos é contraída pelas vias respiratórias, através da inalação das fezes secas. Dentre as várias doenças transmissíveis pelas aves está a criptococose, que pode levar à morte, como pontua o médico Tiago Souza.

“Os pombos podem causar doenças infecciosas, agudas, micoses e até pode provocar pneumonia se ela atacar o sistema respiratório. Uma forma de prevenir seria evitar o contato com os pássaros, mas uma vez que a população está fora de controle, não tem como isso ocorrer. A partir daí cabe à população evitar atraí-los”, aconselha o médico.

Por O Norte.net