O passarinho ainda é um dos mais raros do mundo e tinha sido visto pela última vez há 75 anos
A “Rolinha do Planalto”, pássaro que estava desaparecido há 75 anos, foi reencontrada desde o ano de 2015, no município de Botumirim, e será apresentada hoje, a partir das 10h, em evento organizado pela Sociedade para Conservação das Aves do Brasil (SAVE-Brasil), em evento que deverá reunir pesquisadores de todo país. O biólogo Albert Aguiar afirma que desde quando foi reencontrada a ave, foram vários estudos e pesquisas, além do registro oficial. A ONG criou uma reserva particular com 600 hectares em Botumirim, onde atualmente têm catalogadas 207 aves. O esforço é para acelerar o processo de criação e instalação do Parque Estadual de Botumirim.
Conhecida cientificamente como Columbina cyanopis, a ave era conhecida apenas por exemplares em museus e relatos sem comprovação e não era possível saber como se comportava, nem conhecer seu canto. No mês de maio de 2016, a descoberta foi apresentada a ornitólogos, cientistas e observadores de aves durante o 11º Encontro Brasileiro de Observação de Aves Avistar Brasil 2016, no Instituto Butantan. Desde junho de 2015, quando o primeiro exemplar foi avistado pelo ornitólogo Rafael Bessa, os pesquisadores têm se dedicado ao registro científico da rolinha rara e exclusiva do Brasil, além da elaboração de um plano de conservação para garantir sua sobrevivência em longo prazo.
O evento realizado hoje será na Câmara Municipal, quando a pesquisa será apresentada aos moradores do município. No mês de setembro passado, durante a Expedição Caminhos dos Gerais, na área onde foi encontrada a ave, os participantes tomaram conhecimento, mas foi solicitada a reserva e segredo, pois tinha que fazer o registro oficial, para evitar a pirataria. Albert Aguiar explica que a mesma Rolinha do Planalto é tépida do Cerrado e existia em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás, mas há 75 anos não se tinha conhecimento de sua existência. Dois biólogos que estavam em Botumirim encontraram a ave.
A SAVE Brasil atua em vários projetos e ainda está inserida na Rede Internacional de Conservação de Aves e descoberta de Botumirim tomou repercussão em vários países. Ele acredita que em pouco tempo haverá aumento da população da Rolinha do Cerrado, chegando a 300 espécies.