Como parte da estratégia de combate à leishmaniose visceral (calazar) do Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria de Saúde de Montes Claros, será realizado, a partir da próxima segunda-feira, 11, o encoleiramento de cerca de 10 mil cães do município. Serão distribuídas coleiras impregnadas com deltametrina a 4% (princípio ativo repelente e inseticida recomendado pela OMS), indicadas para o controle dos insetos transmissores da Leishmaniose (flebotomíneos) e que também podem auxiliar no controle de moscas, carrapatos e pulgas.
As coleiras repelentes (Scalibor) serão colocadas gratuitamente, de casa em casa, pelos agentes de combate a endemias do CCZ, nos cães cadastrados e residentes nos bairros sorteados: Maracanã, Vila Campos, Vila Greyce, Vila Vargem Grande, Conjunto Joaquim Costa, Ciro dos Anjos, Chiquinho Guimarães, Nossa Senhora das Graças, Dona Gregória, Conjunto Habitacional Olga Benário, Vila Itatiaia, Conjunto Habitacional José Correia Machado e Alterosa. Antes do encoleiramento será realizado um exame de sangue de rotina, para diagnosticar a evolução da doença na comunidade canina.
Este encoleiramento faz parte de um projeto-piloto do Programa Federal de Controle da Leishmaniose Visceral, e Montes Claros é a única cidade de Minas a participar da pesquisa de utilização de coleiras repelentes. A cidade foi analisada pelo Ministério da Saúde e escolhida de acordo com a gravidade da doença em humanos. Em Montes Claros, de 2009 a 2013, foram confirmados 106 casos humanos da doença, com 6 óbitos. Em 2014, até a presente data foram confirmados 5 casos humanos. No período de janeiro de 2012 a julho de 2014 foram examinados 46.794 cães, e 4.552 (9,7%) estavam reativos para calazar.
O encoleiramento já é faz parte da quarta etapa da pesquisa, sendo que na anterior, realizado de fevereiro a junho de 2014, na área do Grande Maracanã, onde além da eutanásia dos cães infectados os animais foram encoleirados, observou-se uma redução de 65% de cães infectados com Leishmania, em relação ao início do projeto. Na área controle onde os cães foram examinados e os infectados foram eutanasiados, a redução foi de apenas 38,5%.
Assim, esse projeto é uma grande esperança para os proprietários dos cães e para o serviço público, porque o resultado satisfatório implicará na redução da eutanásia de cães infectados e, consequentemente, na redução dos casos humanos de leishmaniose.