Doença viral afeta sistema nervoso de cães; diagnóstico tardio reduz as chances de cura dos animais
A cinomose, doença viral que ataca cães, vem chamando a atenção de veterinários em Montes Claros nos últimos meses. Apesar de a prefeitura não ter dados relativos à enfermidade, profissionais afirmam que houve aumento de casos na cidade. Após o contágio, as chances de cura do animal são pequenas e o diagnóstico precoce é fundamental.
A doença afeta o sistema nervoso do cachorro. Os sintomas mais comuns são febre, perda de apetite, apatia, conjuntivite, secreções ocular e nasal, vômito, diarreia que pode conter sangue, convulsões e perda dos movimentos das patas traseiras. A transmissão ocorre por contato direto com urina, fezes, saliva, vômitos de animais contaminados.
“O diagnóstico deve ser feito exclusivamente por um especialista, que irá se basear nos sinais clínicos e exames laboratoriais”, alerta a veterinária Roberta Azevedo, do Hospital Universitário da Funorte.
Ela afirma que a imunização correta dos cães ainda filhotes e o reforço vacinal a cada ano em animais adultos são o melhor método de prevenção da doença. Roberta reforça que cinomose não acomete os humanos.
Depois de receber a notícia de que dois dos cinco cachorros apresentavam a doença, a dona de casa Divina Teixeira temeu pela vida dos bichos de estimação. “Pensei que fossem morrer. Mas segui todas as orientações do veterinário e um deles já apresenta melhoras. O outro ainda está em fase de tratamento, bem debilitado”, conta.
Em relação ao acompanhamento de casos de cinomose no município, o Centro de Zoonoses afirma que apenas diagnostica enfermidades que apresentem risco aos humanos. Dessa forma, se o animal apresentar os sintomas da moléstia devem ser encaminhados a um veterinário.
PREOCUPANTE
A leishmaniose visceral é outra doença que afeta cães e preocupa as autoridades sanitárias de Montes Claros. A enfermidade é transmitida pela picada de mosquito tanto em seres humanos quanto nos animais.
Até setembro de 2017, Montes Claros já tinha 170 casos de pessoas doentes. O número era maior que o registrado em todo o ano anterior, quando foram 160 moradores infectados.
“O Ministério da Saúde preconiza que numa cidade deve haver no máximo 10% de população animal em relação ao número de habitantes. Mas no nosso município são aproximadamente 60 mil cães e gatos”, pontua Luís Osmane, coordenador do Centro de Controle e Zoonose. O limite deveria ser de 40 mil. “Precisamos enfrentar essa doença, considerando que ela traz um alto risco para a população”.
No ano passado foram realizados 9.618 exames de leishmaniose em animais em Montes Claros, tanto em clínicas particulares quanto na prefeitura. Desses, 1.637 deram positivos e 1.575 resultaram em eutanásia.
A leishmaniose visceral é especialmente perigosa para quem já apresenta problemas de saúde. Não há registro de mortes este ano na cidade.