Clínica de animais será obrigada a usar ambulância ‘de verdade’

Clínica de animais será obrigada a usar ambulância 'de verdade'

A clínica ou hospital veterinário que ofertar o serviço de transporte de animais em estado grave de saúde deverá equipar o veículo com maca de imobilização, ventilação mecânica, soro, sistema de monitorização do paciente e um médico veterinário.

A ambulância –com equipamentos específicos para animais, mas que lembram os de muitas ambulâncias para humanos– deverá resgatar os pets em casos de urgência e emergência, como atropelamento, e não poderá fazer o transporte para banho e tosa.

Independentemente disso, a clínica pode oferecer um tipo de transporte simples para os casos menos graves.

Essas são algumas das novas regras instituídas, ontem, pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária. Elas passam a valer em seis meses.

O objetivo é garantir atendimento adequado e evitar a contaminação de outros animais.

“O que não pode é o cliente ter a falsa impressão de que está tendo o atendimento de emergência. Por isso, a exigência do médico veterinário”, diz Marcello Roza, integrante do conselho que participou da atualização da resolução.

O conselho também instituiu que hospitais veterinários – serviços que funcionam 24 horas e têm aparelhos diagnósticos – tenham salas específicas para a vacinação.

Clínicas e consultórios podem continuar vacinando no mesmo local em que é feita a avaliação médica do animal.

O conselho diz acreditar que boa parte dos serviços já atende às novas regras. Em alta no Brasil, o “mercado pet” movimenta bilhões por ano.

Para o presidente da entidade, Benedito Fortes de Arruda, é preciso garantir ambientes que evitem a transmissão de doenças entre os pacientes.

O cãozinho Tigrão faz radiografia em hospital veterinário de alto padrão no centro de São Paulo
O cãozinho Tigrão faz radiografia em hospital veterinário de alto padrão no centro de São Paulo

‘Inviável’

Adriane Tomimassu, proprietária do Centro Veterinário Pacaembu, em São Paulo, afirmou que as exigências devem inviabilizar o serviço de transporte para tratamento.

A clínica possui um carro que faz o transporte, mas sem os itens da nova norma. O serviço custa, em geral, de R$ 10 a R$ 50. Segundo Adriane, ela teria de cobrar ao menos R$ 300 para compensar a compra dos equipamentos. “E é super-raro um cão precisar de oxigênio no transporte”, diz.

Diretora da rede Pet Care, Carla Berl disse que pensou há nove meses em adotar ambulância, mas desistiu devido ao custo. Mas ela afirma ser favorável às normas. “Tem gente que fala que tem ambulância, mas é só um carro.”

Fonte: Folha de São Paulo