Controle populacional de cães e gatos é discutido em Fórum

Representantes do Ibama, acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária da Funorte, Polícia Militar de Meio Ambiente, Ongs protetoras de animais, veterinários, acadêmicos da Agronomia, Engenharia Florestal, Engenharia Agrícola e Ambiental e Zootecnia da UFMG participaram do 1º Fórum de controle populacional de cães e gatos em Montes Claros. O evento ocorreu no auditório da UFMG, na manhã de sexta-feira (30).

“Eutanásia animal não é a solução para controlar a crescimento populacional dos bichos e é crime previsto na Constituição Federal, sujeito às penas da lei”, afirma o médico veterinário Eugênio Teixeira da Costa.

O médico defende a castração como método de controle e condena o sacrifício dos animais sadios. “O problema da superpopulação animal acontece no Brasil e no mundo. O que não podemos é exterminar esses animais que não tem moradia. Precisamos de um centro cirúrgico para evitar que esses bichos se multipliquem sem controle. Uma fêmea canina, por exemplo, pode reproduzir de 1 a 15 filhotes, a cada seis meses, o que corresponderia a 30 animais ano, por fêmea”, disse.

Eugênio informou ainda que em Montes Claros, cerca de 300 a 600 animais sadios (entre cães e gatos) são sacrificados no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) por mês.

O veterinário foi um dos mediadores do Fórum, que teve como objetivo discutir ações para implantação de Centro de triagem de cães e gatos (com pós-operatório para a castração) e a criação do Conselho Gestor Municipal para auxiliar as políticas públicas.
O professor Décio Rocha, que também é vice- presidente do Instituto Vida Animal, frisa a importância do encontro.

-A criação do Conselho Gestor é um mecanismo para lutarmos em prol dos animais. Vamos formalizar o documento e enviá-lo a Promotoria Pública solicitando a criação do Conselho – cujos membros serão de ongs, representantes das secretarias municipais, empresários, câmara de vereadores, voluntários, faculdades e universidades – e a criação do Centro de Triagem, disse.

Durante o Fórum, os acadêmicos interagiram com os mediadores, fizeram questionamentos e debateram situações de maus tratos de animais domésticos e silvestres.

Jânio Pinto, acadêmico do 4º período lembrou que os bairros mais distantes tornam-se desovas de animais. “Discutir como impedir esse crescimento populacional, sem sacrificar os animais sadios, é uma questão de saúde pública, e principalmente de interesse dos administradores do executivo e do legislativo, e infelizmente não temos nenhum representante aqui. O cão é um hospedeiro, assim como nós humanos, do calazar”, disse.

Ainda segundo Jânio, várias lojas que comercializam animais devem rever o trato dispensado aos bichos, alguns ficam durante todo final de semana trancados em ambiente escuro e sem ventilação.

Ao final do Fórum, os participantes também assinaram abaixo assinado contra o sacrifício de animais no CCZ de Montes Claros e pela adoção do Projeto Postos Veterinários de Proteção aos Animais. O abaixo assinado é destinado a Prefeitura e sugere a implantação de uma nova política para a proteção e combate à superpopulação de animais domésticos como cães e gatos. O projeto prevê iniciativas como esterilização inicial de ajuste, criação de postos veterinários de proteção aos animais e participação da comunidade.

Neste sábado, os amigos dos animais participam de manifestação em prol a implantação do projeto de postos veterinários de proteção aos animais. A concentração será às 9h, na da Praça da Catedral. O movimento vai percorrer as principais ruas centrais.