Bombeiros preservam vidas ao capturar bichos que estejam ou possam representar perigo
O trabalho que vem sendo realizado pelos militares do Corpo de Bombeiros durante as ações de resgate na tragédia em Brumadinho, desde 25 de janeiro, emociona o mundo. Os registros dos profissionais trabalhando até a exaustão e os diversos tipos de socorro se espalharam pela internet, causando comoção nos quatro cantos do planeta.
Independente da situação, a corporação deixa claro que eles entram em ação sempre com o objetivo de preservar vidas. Hoje, no Dia Nacional dos Animais, os militares lembram que, não menos importantes, os bichos também recebem atenção especial.
Somente em 2017, pelo menos 284 animais – 59 domésticos e 225 silvestres – foram resgatados em Montes Claros. Em 2018 foram 267 no total – 63 domésticos e 204 silvestres. Em todas as ações de salvamento, os animais estavam em risco ou representando perigo.
Entre ações de rotina, como captura de serpentes e de cães e gatos, aparecem também situações inusitadas. Em fevereiro, por exemplo, seis filhotes de saruê foram resgatados pelos bombeiros de dentro da bolsa materna de uma fêmea, que morreu após brigar com uma gata. Os filhotes foram entregues ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama (Cetas) e sobreviveram.
De acordo com o cabo Welbert Araújo, com 17 anos de experiência, todos os militares estão preparados para realizar qualquer tipo de resgate envolvendo animais. Lembrou ainda que as ações que envolvem bichos pesados são as mais complicadas.
“A dificuldade maior é com animais de grande porte, como cavalos, bois, que geralmente caem em fossas desativadas. Então, nessa situação específica, é preciso entrar em um local insalubre, imobilizar o animal, que é agressivo, e depois retirá-lo, exigindo material especial e um esforço muito maior”, conta.
JACARÉS E TUCANOS
Cabo Welbert lembrou ainda do resgate de um jacaré-do-papo-amarelo no bairro Distrito Industrial, em 2011. No mesmo local, outros filhotes de jacaré também foram capturados anos depois. Os militares acreditam que esses animais venham de um córrego próximo.
No fim de 2017, O NORTE noticiou a captura de uma série de tucanos na cidade. Na época, um especialista associou a “invasão” das aves ao desmatamento.
Outro resgate comum em Montes Claros é o de serpentes. De acordo com o cabo Welbert, sempre que um animal represente risco, o recomendado é que o cidadão jamais tente capturá-lo, principalmente os selvagens.
“O ideal é que acione o Corpo de Bombeiros para que os militares, com os equipamentos e técnicas adequadas, façam o salvamento”, afirma.
Welbert lembrou ainda que no caso de animais silvestres, a prevenção é a melhor solução. “Seja peçonhento ou não, é necessário manter distância e jamais tentar manipular o animal. Também é recomendado que não tente assustá-lo e que deixe-o seguir seu caminho natural. Qualquer situação de risco, é recomendado buscar abrigo em local seguro e entrar em contato pelo número 193”, finaliza.