Zoonoses diz que 5.914 animais foram examinados na cidade; dos casos positivos, 775 foram eutanasiados e 237 os tutores se comprometeram a tratar.
O Hospital Universitário Clemente de Faria (HU), em Montes Calros, registrou 25 internações de pacientes para tratamento da leishmaniose visceral, também conhecido como calazar, até abril deste ano. Com isso, o Centro de Controle de Zoonoses intensificou as ações de prevenção e controle da doença nos bairros onde os pacientes residem. Somente neste ano, 5.914 animais passaram por exames e ao menos 896 foram diagnosticados com a doença na cidade.
Segundo o coordenador do CCZ, Flamarion Cardoso, 775 animais foram eutanasiados. “Alguns no próprio CCZ, mas outros em clínicas particulares. Os outros animais diagnosticados, 237, os tutores se recusaram a entregar. Estes tutores assinam um termo se responsabilizando a tratar deste animal, pois o cachorro pode se tornar fonte de alimentação do mosquito transmissor da doença”.
A leishmaniose é uma doença grave causada por um protozoário, que acomete não somente os cães, mas também os seres humanos, e muitas vezes pode ser fatal. A doença é transmitida pelo mosquito flebotomíneo, conhecido como “mosquito palha”.
O veterinário Roberto Macedo explica que Montes Claros é uma cidade endêmica em relação à doença. “Infelizmente, são apenas dois caminhos caso o animal seja diagnosticado. Um é a eutanásia e o outro é o tratamento, que é bastante rigoroso e demanda paciência do tutor. O uso da coleira repelente é imprescindível”.
Macedo acredita que a melhor forma de se prevenir a doença é eliminado a reprodução do mosquito, e não do hospedeiro. “Os seres humanos também são hospedeiros e podem transmitir a doença se forem picados pelo mosquito. A melhor forma é eliminando locais que sirvam de pontos de reprodução do mosquito, como galinheiros, chiqueiros, embaixo de árvores que possuem matérias orgânicos”.