Farmacêutico desenvolve vacina contra Leishmaniose

Depois da 20 anos de estudos, pesquisadores da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Minas Gerais, desenvolveram uma vacina, denominada LbSap, contra a Leishmaniose visceral em cães. Pelo trabalho inédito, o farmacêutico Alexandre Reis, coordenador do Grupo de Pesquisa e Imunologia das leshmanioses, foi indicado pelo deputado federal Fred Costa, do Patriota, para receber uma moção de aplausos da Câmara dos Deputados em Brasília.

Doutor em parasitologia e imunologia, Alexandre relata que os testes estão em fase final e mostraram resultados promissores. “Essa vacina demonstrou-se altamente imunogênica em estudos de fase 1 e 2 em camundongos e com forte potência para proteção vacinal”. Posteriormente, foram realizados dois estudos em cães. Os testes foram feitos em momentos diferentes e o pesquisador descobriu que a vacina se mostrou altamente imunogênica e protetora para os cães. “Uma vez que os caninos são reservatórios da doença, ela é uma forte estratégia para ser utilizada em larga escala em áreas endêmicas de leishmaniose visceral no país.”

A vacina está sendo produzida por meio da parceria com uma empresa do ramo de agronegócios de São Paulo. O próximo passo é a realização do estudo de fase 3 e o registro do produto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Daqui a uns três anos, mostrando-se eficaz e potente em áreas endêmicas nesse estudo de fase 3, a vacina poderá ser comercializada e empregada em áreas endêmicas de larga escala como instrumento de controle da leishmaniose visceral canina”.

A Leishmaniose é transmitida por insetos vetores ao homem e a outras espécies de mamíferos, tendo o cão e a raposa como hospedeiros. As manifestações podem ocorrer na pele ou nos órgãos internos. Este último caso, chamado de visceral, é considerada grave e pode levar à morte. Ao longo dos anos a pesquisa recebeu investimentos em torno de R$ 10 milhões de reais de agências de fomento de governo como o CNPq, Capes e Fapemig.

Casos em humanos
Em 2016, o Brasil registrou 3.289 casos humanos de Leshimaniose visceral, desse total, 265 ocorrências, ou seja, 8,5%, evoluíram para óbito.

Fonte: Conselho Federal de Farmâcia