Câmara de Vereadores de Montes Claros promoveu nesta quinta-feira (07/11), audiência pública para discutir a gravidade da leishmaniose, e projeto de lei de vacinação gratuita no município. O evento, de iniciativa do Vereador Fábio Neves (PSB), que contou com a presença de representantes da Secretaria de Saúde, CCZ, Hospital veterinário, protetores de animais, além do Professor e doutor em Ciências da Saúde Sílvio Guimarães.
Para Fábio Neves, a audiência é uma forma de buscar a viabilização de medidas contra a doença que mata animais e também os seres humanos, uma vez, que esse tema tem sido tão negligenciado em todos os debates.
Protetoras de animais lamentaram que o Brasil é o único país que mata os animais. Ressaltaram que a eutanásia não deveria ser a saída mais utilizada no país, mesmo assim, aproximadamente cerca de 6 cachorros são mortos por dia.
O professor e doutor em ciências da saúde Sílvio Guimarães, que é referência no tratamento da doença alertou que leishmaniose é a segunda maior causa de mortes, no grupo de doenças da categoria 1°.
Sílvio Guimarães explicou que os medicamentos possui o valor muito alto e nem sempre são tão eficazes por isso é necessária a união de todos no combate a infestação dos mosquitos transmissores da doença.
Um levantamento feito pelo hospital Universitário Clemente de Faria, mostrou uma situação alarmante: até 2012 as regiões com maior número de casos humanos em Minas, são Montes Claros, as regiões da grande Belo Horizonte e leste do estado, o número de casos de leishmaniose tanto no homem quanto nos cães cresceu cerca de 72% em 2017.
Em Montes Claros, de Janeiro a Junho de 2016, ocorreram 114 atendimentos de casos de leishmaniose visceral humana e em 2017, no mesmo período, foram 196 atendimentos. Um crescimento de 71,9%.
O professor e doutor em ciências da saúde Igor Monteiro chamou atenção para cuidados com os animais princialmente sendo eles em situação de rua e conscientização em escolas. Segundo ele, a doença que antigamente era comum apenas na zona rural se tornou totalmente urbana.
Durante a audiência foi divulgado novo plano de ação de controle para o ano de 2020, segundo a representante da CCZ, Marília Fonseca, a utilização de coleiras específicas será ferramenta utilizada, a partir do ano que vem, em regiões com maior número de casos. Entre os bairros atendidos estão o grande Independência, Maracanã, Alterosas e adjacentes, São Francisco de Assis, Vila Atlântida e suas proximidades.
Marília, destacou que o tratamento de um animal infectado chega a aproximadamente a 5 mil reais. Por isso a importância de combater os focos do mosquitos e a população precisa fazer sua parte, cuidando da limpeza.
Segundo Dulce Pimenta, a Secretaria Municipal de Saúde, a vacina não pode ser custeada pelo SUS, sendo que a mesma não possui tanta eficacia no tratamento. Em 2017 foi retomada a estruturação e aperfeiçoamento do serviço, por conta do crescimento dos casos desde 2014. Ela ressaltou que outras medidas preventivas podem e devem ser aplicadas como por exemplo o acesso dos agentes de saúde as casas: “precisamos de medidas e ate mesmo projeto de lei sobre atuação dos profissionais dessa área. Muitos não possuem permissão dos donos dos animais para fazerem a análise”, destacou Dulce.
O proponente da audiência, o parlamentar Fábio Neves, solicitou da Câmara Municipal a criação de comissão para enfrentamento da leishmaniose, assim como pediu sugeria a Secretaria Municipal de Saúde para a criação de comitê com ONGS, Faculdades, e profissionais da área, para um trabalho combate da doença mais intenso e eficaz.
Fonte: Câmara Municipal de Montes Claros