O número de registros cresceu cerca de 72% em 2017, segundo o Hospital Universitário Clemente de Faria
A cidade de Montes Claros registra um aumento no número de casos de leishmaniose visceral humana. De acordo, com Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF) que é referência no tratamento na região, de janeiro a junho de 2016, ocorreram 114 atendimentos de casos de Leishmaniose Visceral. Em 2017, foram registrados 196 atendimentos no mesmo período, um crescimento de 71,9%.
Segundo dados do Centro de Controle de Zoonoses de Montes Claros (CCZ), o município registrou neste ano duas mortes pela doença, o mesmo número do ano passado.
A atendente de telemarketing Viviane Lima já teve a doença e cobra um posicionamento dos órgãos públicos para conter à quantidade de animais soltos nas ruas. “Vejo que muitos animais continuam soltos na rua e não vejo nenhuma ação do município para solucionar esse problema”.
TRANSMISSÃO
O veterinário Lucas Souza explica que a doença é transmitida pelo mosquito Palha, e afeta principalmente os cães, mas também animais silvestres e urbanos como ratos, gatos e os humanos. “Esse mosquito não se desenvolve na água como o Aedes aegypti e, sim, na matéria orgânica. Outro ponto importante a destacar é que não se pega leishmaniose de cães e outros animais, mas através da picada do mosquito infectado. Por isso, recomendo o uso da coleira com inseticida. O efeito da coleira é repelente, ela evita a picada do inseto no animal.”
O médico Thiago Magalhães destaca a importância do diagnóstico precoce para evitar complicações ao paciente. “Os sintomas da leishmaniose visceral são muito parecidos com os da malária, esquistossomose, doença de Chagas entre outras. Por isso é de extrema importância fazer os exames laboratoriais para confirmar suspeita e evitar complicações que podem pôr em risco a vida da pessoa”.