Em 2016, Corpo de Bombeiros registrou 10 acidentes envolvendo equinos. Prefeitura lançou uma operação nesta segunda (23) para recolher os animais.
Em Montes Claros, maior cidade do Norte de Minas, é comum encontrar animais soltos pelas ruas. Situação que gera reclamação entre os moradores e coloca em risco a vida de muitos motoristas. No último ano, o Corpo de Bombeiros registrou 10 acidentes envolvendo equinos; em 2015 foram 22 casos.
O mototaxista João dos Santos Oliveira, de 54 anos, foi uma das vítimas. Ele estava indo buscar um cliente no Bairro Vila Anália, quando bateu em um cavalo.
“No caminho, quando passei pela Avenida Maceió, eu vi um cavalo e reduzi a velocidade para uns 20 km. Só que na hora que eu passei por um animal, outro cavalo saiu de dentro de um lote com mato muito alto e aí eu não consegui desviar dele. Com a batida, o animal escorregou, caiu mas levantou e fugiu. Eu fui socorrido pelos bombeiros e tive alta com fratura de uma costela e torção do meu joelho. Eu sempre passo por lá e vejo cavalos nesse local. Ainda bem que eu diminui a velocidade; se eu tivesse a 50km por hora poderia até ter morrido”, conta o mototaxista.
A jornalista Cida Santana mora no Bairro Morada do Sol e conta que sempre vê animais soltos no local. Na última sexta-feira (20), ela fotografou vários cavalos pastando tranquilamente na Avenida Mestra Fininha. “Isso é muito comum aqui no bairro, no sábado a noite mesmo eu vi oito cavalos na Praça dos Jatobás”, diz.
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos informou ao G1 que atualmente estima que são mais de 100 animais soltos em várias regiões da cidade, mas o órgão lançou uma operação, nesta segunda-feira (23), para fazer a retirada. O serviço de recolhimento estava parado há 80 dias por conta de problemas mecânicos do caminhão que transporta os bichos.
A coordenadora do setor Maria Lúcia Pereira Ramos explica que o caminhão quebrou em novembro e está no conserto “sem previsão de liberação”. A operação iniciada nesta semana acontece em parceria com a Polícia Rodoviária Estadual, que cedeu um veículo específico para o transporte de animais.
“A equipe conta com dez funcionários para apreensão, com revezamento em dois períodos, inclusive à noite. Os primeiros deslocamentos são em áreas já conhecidas pela reincidência de circulação dos animais. Com o serviço em pleno funcionamento, o trabalho preventivo começará às 5h, em dois turnos de 24 horas”, acrescenta Maria Lúcia.
Até novembro de 2016, a Secretaria apreendeu mil animais, entre equinos e bovinos. Até às 12h desta segunda, seis cavalos haviam sido apreendidos no Bairro Ibituruna. “Qualquer animal solto em área pública é recolhido. Animais presos, amarrados, dentro de locais particulares, a apreensão só acontece se o proprietário autorizar a entrada dos servidores (muitas vezes os carroceiros usam o lote de uma pessoa que nem sabe) ou se constatado, em laudo feito por um veterinários, casos de maus tratos, por exemplo”, orienta a coordenadora.
Multa
Atualmente, 17 animais de grande porte estão no curral municipal, para onde são levados após a apreensão. A apreensão de cabras é feita pelo Centro de Controle de Zoonoses. Para o proprietário reaver o cavalo, ele tem de pagar uma taxa de R$22,74, a diária de R$ 4,74 por animal e ainda uma multa de R$66,46. Se ele for reincidente, o valor da multa passa para R$99,69.
No caso de bovino, o valor da taxa é de R$ 30,27 e a multa é de R$ 166,15 por cabeça, na reincidência o valor vai para R$ 249,22; nos dois casos há acréscimo de R$ 50%.O custo aproximado para manutenção dos serviços permanente de apreensão de animais é de R$ 25 mil por mês, entre servidores e combustível. Por ano, o valor chega a R$ 300 mil, de acordo com a coordenadora.
O telefone para solicitação de apreensão de equinos e bovinos é o (38) 3229 4228.