ONGs cobram um maior controle de animais de rua

Ativistas trabalham para reduzir a população de rua em Montes Claros e cobram serviço do Centro de Zoonoses

ONGs protetoras dos animais em Montes Claros cobram da prefeitura esclarecimentos sobre a redução drástica do número de castrações da população de rua. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) teria realizado apenas 13 castrações em 2017, num período em que a média chegaria a 700. Documento pedindo o detalhamento da política de controle foi enviado à Secretaria de Saúde e à Promotoria de Meio Ambiente e de Patrimônio Público.

Exatamente há um ano, o CCZ começou a recolher cães das ruas de Montes Claros para efetuar a castração em parceria com duas clínicas veterinárias que venceram processo de licitação. A expectativa era de que o serviço fosse mantido, mas foi interrompido pela atual gestão, ainda de acordo com as ONGs em atuação no município.

Membro da Associação Justo Olhar, Aline Matos esta na luta há 12 anos pelo direito dos animais e ressalta que toda a equipe está focada no controle populacional de cães e gatos na cidade. “A comunidade está se unindo para resolver um problema que é obrigação do Poder Público”, desabafou.

As ONGs conseguiram juntar R$ 35 mil para comprar uma unidade móvel de castração, apelidada de “castramóvel”, com ajuda de associações e empresas do município simpatizantes ou envolvidas com a causa animal.

“O ‘castramóvel’ chegará no próximo mês ao município e levaremos às comunidades carentes o atendimento básico necessário aos animais desses regiões”.

FALTA DE DIÁLOGO

Aline Matos avalia que o poder público municipal não manifesta interesse em trabalhar em parceria com organizações protetoras dos animais.

“O CCZ não busca parceria e fica batendo de frente. Atualmente, em apenas uma rede social já somos mais de 18 mil membros. No último dia 5 representantes de ONGs protetoras tiveram uma reunião com o prefeito em que ele foi bastante ríspido conosco”.

VACINAÇÃO NÃO ATINGIRÁ CÃES DE RUA

O Centro de Controle de Zoonose (CCZ) promoverá no próximo dia 12 de agosto uma campanha de vacinação antirrábica em 94 postos distribuídos por toda a cidade. Mas segundo ONGs protetoras dos animais a ação não atingirá os cães de rua.

Em nota, o coordenador do CCZ, Luis Osmane Borges, informou que a meta é imunizar cerca de 60 mil cães e gatos. “A ação tem como objetivo controlar a circulação de vírus da raiva nos caninos e felinos, prevenindo doenças, disse.

Para o veterinário Lucas Souza, investir na saúde animal tem importância estratégica na questão da saúde humana.

“Cuidando dos animais em situação de rua você ganha reflexos na saúde da população. Se eles não recebem o tratamento adequado, ocorre um crescimento das zoonoses, que são doenças, em geral infecciosas, transmitidas aos seres humanos”.

O veterinário ainda destaca que na maioria dos casos as zoonoses são transmitidas por mosquitos que se desenvolvem na matéria orgânica. “Isso é devido ao aumento do descarte irregular de lixo”, conclui.

Fonte: O Norte