O Papa Francisco, que adotou o nome de São Francisco de Assis, o santo padroeiro dos animais, lançou, na sua recente carta encíclica (um dos documentos mais importantes das Igreja), um apelo extraordinário a cada um de nós, católicos ou não.
Neste documento o Papa começa por dizer que “a indiferença ou a crueldade com as outras criaturas deste mundo sempre acabam de alguma forma por repercutir-se no tratamento que reservamos aos outros seres humanos. O coração é um só, e a própria miséria que leva a maltratar um animal não tarda a manifestar-se na relação com as outras pessoas”.
E continua dizendo que “é contrário à dignidade humana fazer sofrer inutilmente os animais e dispor indiscriminadamente das suas vidas”.
Terminando com um convite a “todos os cristãos a explicitar esta dimensão da sua conversão, permitindo que a força e a luz da graça recebida se estendam também à relação com as outras criaturas e com o mundo que os rodeia”.
Esta é uma mensagem importantíssima do Papa e que vem ao encontro de uma atual e generalizada preocupação nacional e mundial pelos direitos dos animais.
A sociedade em que vivemos já não admite que tratemos os animais como coisas e exige o fim dos maus tratos e o tratamento digno de todos os animais.
E percebemos que chegamos a um momento decisivo na história quando a principal figura de uma das instituições mais conservadoras do mundo adverte que precisamos de ser mais progressistas no que à defesa dos direitos dos animais diz respeito.
O Papa é sincero, direto e indica o caminho a seguir. Agora depende de nós. Vamos fazer o que nos compete. Por nós e pelos animais.
Por Jorge Ribeiro
Presidente da Direção da Associação Vida Animal