‘Com os mapas será possível que cada pessoa possa se identificar no espaço onde vive’, diz professor coordenador. Atlas será disponibilizado gratuitamente na internet.
Uma representação de um espaço; o conceito de mapa pode ser definido de maneira simplificada dessa forma. Há registros de que as civilizações antigas já usavam os mapas como importante ferramenta de localização e orientação, que facilitava a compreensão e o domínio de territórios. Partindo dessa lógica, está sendo desenvolvido o primeiro Atlas Ambiental de Montes Claros (MG).
O conjunto de mapas foi viabilizado por meio de uma parceria entre o Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a Prefeitura e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino Superior (Fadenor).
A elaboração do Atlas está sendo feita nos laboratórios vinculados ao PPGEO, no campus-sede da Unimontes. Participam diretamente da equipe, quatro acadêmicos do curso de bacharelado em Geografia e outros dois do de licenciatura, além de dois mestrandos. Os mapas são compostos por imagens de altíssima resolução, feitas por meio de satélites.
O lançamento da coletânea está previsto para dezembro deste ano, o material será disponibilizado na internet, com acesso gratuito.
Sem informação não existe preservação
O coordenador do Programa de Pós Graduação em Geografia e do Laboratório de Geoprocessamento, Marcos Esdras Leite, acredita que a informação é o mecanismo mais eficaz de chamar a atenção da sociedade para as causas ambientais.
“Com os mapas será possível que cada pessoa possa se identificar no espaço onde vive, localizando o bairro onde mora, a praça perto de casa; ainda haverá possibilidade de saber os cursos de água que cortam o município e quais os tipos de vegetação existem, informações que muitos não têm”, exemplifica.
Será um documento que fomentará nossas escolas e população em geral com dados precisos e seguros. Isto será extremamente importante nos projetos e disciplinas de educação ambiental, geografia, ciências, entre outras. — Mônica Durães Braga, coordenadora do Setor de Conservação Ambiental
A ideia do projeto é que, a partir do detalhamento de informações, as autoridades possam atuar de forma mais assertiva na implantação de políticas públicas. Serão abordados aspectos do desenvolvimento social e sustentável, crescimento econômico e conservação ambiental.
“O intuito é termos um diagnóstico inédito de Montes Claros. Com dados que sustentarão as deliberações legais para o desenvolvimento do município. Citando como exemplos a descrição de áreas de maior relevância para preservação e áreas onde novos empreendimentos poderão ser instalados com maior segurança. Ainda será extremamente importante para determinações quanto às questões hídricas do nosso município que sofre de escassez, destaca a coordenadora do Setor de Conservação Ambiental da Prefeitura de Montes Claros, Mônica Durães Braga.
Conhecimento ao alcance de alunos e professores
Marcos Esdras explica ainda que o Atlas também terá importante papel pedagógico, já que conta com a participação de educadores na elaboração e será disponibilizado para a comunidade em geral, com destaque para as escolas.
“A Universidade produz muita informação que, às vezes, fica restrita ao ambiente acadêmico. Essa sinergia entre instituições é uma forma de pensarmos na sociedade como um todo. Não é uma questão de conscientização, mas sim de sobrevivência. Precisamos dar ênfase às questões ambientais o quanto antes, o melhor local para que isso ocorra é dentro das salas de aula”, destaca.
A analista de Geografia da Secretaria Municipal de Educação, Helen Patrícia Vieira Maia, explica que a elaboração do Atlas vai ao encontro da Nova Base Nacional Comum Curricular da Educação.
“Estamos trabalhando com a necessidade de formação do sujeito pensante e autônomo, que conheça a realidade e seja capaz de intervir nela. Se não puder transformá-la, que saiba como cobrar dos agentes públicos a solução dos problemas”, fala.
Helen Vieira Maia afirma ainda que a inserção dos professores do Sistema Municipal de Ensino está sendo feita com o objeto de verificar a adequação do material à realidade dos estudantes.
“O Atlas está sendo elaborado com rigor técnico e cientifico, mas com o olhar mais didático, com a linguagem dos alunos. A coletânea reúne imagens modernas e sofisticadas. Normalmente, nós não temos acesso a esse tipo de tecnologia, materiais como esse estão, na maioria das vezes, restritos aos grandes centros”, finaliza.
Fonte: G1 Grande Minas