Os protetores de animais de Montes Claros se queixaram do descaso da Prefeitura de Montes Claros com esse setor, pois afirmam que nenhuma das medidas anunciadas em 2015 foi executadas e, com isso, é grande a quantidade de animais com Leishmaniose, que estão soltos pelas ruas, colocando em risco a saúde da população. O assunto foi debatido ontem de manhã em mesa redonda realizada durante a “Semana do Conhecimento do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais”, em Montes Claros. O professor Délcio Rocha entende que os protetores de animais foram enganados pela Prefeitura.
A principal queixa é que Montes Claros não coloca em prática a lei que disciplina a proteção dos animais, como os cavalos usados pelos carroceiros, muitos deles em situação precária; ou mesmo a superpopulação de cães e gatos, já que a cidade deveria ter 30 mil animais, quando tem mais de 60 mil. Délcio Rocha afirma que ficaram de instalar os “Conselhos de Bem Estar Animal e de Resíduos Sólidos”, que atuaria nessa questão de proteção aos animais, mas isso ainda não ocorreu, pois nenhum membro foi empossado. Também prometeram criar a “Casa de Referencia Ambiental”, a “Casa Verde”, o que ainda não ocorreu.
Outra promessa foi de contratar clínicas para fazer a castração de 4 mil animais, que andam soltos pelas ruas da cidade. Para isso, foram contratadas duas clínicas veterinárias, depois de três licitações, entretanto, até agora não se sabe quantos animais foram castrados, pois, segundo Délcio Rocha, o Centro de Controle de Zoonose não repassa os dados. O professor explica que foram anunciados 100 casos, mas sem comprovação e que estão muito distantes dos 4 mil animais prometidos. O professor afirma que cada cadela gera 10 filhotes de cães por ano, sendo que apenas quatro chegam à fase adulta. Por isso, a necessidade de adotar medidas de proteção e conter a superpopulação.
O presidente da ONG “Amigo do Bicho”, Marcelo Barbosa Figueiredo, garante que já foram feitas as castrações de 200 animais nesse ano, em Montes Claros, e que o município apresentou evolução na sua legislação de proteção aos animais, apesar de reconhecer que deveria haver maior dinamismo. Ele condena a política adotada pelo Centro de Controle de Zoonose, de exterminar os animais apreendidos, com o argumento de combater o Calazar.