Protetores iniciam campanha contra recolhimento e sacrifício de animais em Moc

As denúncias chegaram ao conhecimento do deputado estadual Noraldino Júnior, que afirmou que as denúncias serão investigadas

Uma campanha que busca proteger animais de rua, em Montes Claros, tem ganhado força nas redes sociais. Denúncias publicadas em diversas páginas de ONGs protetoras, e compartilhadas por milhares de internautas, relatam uma suposta chacina de animais no canil municipal de Montes Claros.

Na denúncia, protetores afirmam que, sob o argumento de que os cães estão contaminados com leishmaniose, o Centro de Controle de Zoonoses estaria recolhendo os animais de rua, e até mesmo nas residências para sacrificá-los, sem confirmação exata de que eles estejam doentes. Além disso, os denunciantes sustentam que após a eutanásia dos animais, as carcaças estariam sendo descartadas de forma irregular no aterro sanitário da cidade.

Vídeos e fotos, registrados pela protetora Aline Matos, em dezembro de 2016, mostram vários animais mortos colocados em sacos pretos nas proximidades do aterro. Em um dos vídeos, a protetora entrevista um morador do lixão, que preferiu não se identificar. Ele afirma que agentes com uniforme do CCZ estavam indo várias vezes por semana ao aterro, para descartar os animais mortos.

Os protetores não divulgaram imagens que confirmem que o descarte incorreto continuou sendo feito este ano, quando uma nova gestão assumiu o CCZ, mas alguns deles garantem que uma carrocinha está recolhendo animais soltos na rua. Um internauta conta em uma postagem que por pouco o cão de criação não foi levado pelos agentes. “Meu cachorrinho, que usa coleira com identificação, fugiu de casa e eu fui atrás. Em uma rua perto de casa, consegui alcançá-lo, no mesmo momento os agentes passavam, e tentaram pegar meu cachorro. Se eu não tivesse chegado teriam levado ele”, afirmou.

As denúncias chegaram ao conhecimento do deputado estadual Noraldino Júnior (PCC), conhecido por proteger a causa animal no estado. Nesta terça-feira (23), o deputado divulgou em sua página oficial no Facebook, que está acompanhando o caso e o gabinete está orientando os protetores que denunciaram o ato. “Será registrado um B.O e o gabinete encaminhará a polícia o pedido de providência para abertura do inquérito e será acionada a promotoria de meio ambiente da Comarca de Montes Claros/MG. A Comissão de Proteção dos Animais da ALMG já está agindo”.

Em entrevista ao Jornal Gazeta Norte Mineira, o diretor do CCZ de Montes Claros, Luís Osmane, informou que as denúncias são falsas e baseadas em fotos e vídeos feitos no ano passado, durante a gestão anterior. Ele destacou ainda que animais saudáveis eutanasiados descumprem a lei 21.970/2016 e mostra a crueldade contra os animais, situação que é contrária ao trabalho realizado na cidade.

“O CCZ não trabalha em desacordo com a lei, aquelas imagens absurdas, são antigas e não condizem com o trabalho atual realizado em Montes Claros. Quando o cão de rua é recolhido, ele passa por uma triagem, são feitos dois exames para avaliar a saúde deles. Os cães saudáveis recebem microchips para identificação, e são encaminhados para clínicas autorizadas que realizam a castração do animal. Depois que eles se recuperam, são soltos no local onde foram capturados. No caso dos animais que os exames comprovem a contaminação por leishmaniose, a lei permite o sacrifício. Nesse caso, o animal morto é enterrado de acordo com as determinações legais ambientais, nunca jogado de forma irregular”, afirmou Luís Osmane.

Fonte: Gazeta Norte Mineira