Segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), períodos chuvosos e quentes são propícios ao aumento da população do mosquito Flebótomo, o transmissor da Leishmaniose. Conforme Marília Rocha, veterinária do CCZ, existem dois tipos de Leishmaniose, a visceral e a tegumentar.
A visceral, mais conhecida como Calazar, acomete fígado, baço e medula, causa febre, anemia, tosse seca, fraqueza, palidez e pode levar a óbito até 90% dos pacientes não tratados. A tegumentar é mais frequente na zona rural, afetando pessoas que praticam ecoturismo, escalada ou ainda sitiantes. A manifestação mais comum são lesões de pele ou acometimento das mucosas nasal e oral.
De acordo a veterinária, o programa de controle da Leishmaniose Visceral é orientado pelo Manual de Vigilância do Ministério da Saúde, com ações executadas conforme a estratificação do risco da doença, que é definido pela ocorrência de casos humanos. Montes Claros é dividida em 19 setores e a estratificação realizada em 2013 não registrou média superior 2,4 casos humanos, considerado médio risco, ou 4,4 casos do tipo alto risco.
A CCZ tem trabalhado em 32 bairros com maior prevalência de calazar canino e ocorrência de casos humanos no período de 2009 a 2011, avaliando a eficácia da coleira impregnada com inseticida (Scalibor). Os cães são examinados e encoleirados a cada seis meses com o encerramento da pesquisa previsto para junho de 2015. Se os resultados forem satisfatórios o MS deverá incluir a coleira dentre as estratégias de controle da doença”, diz.
A pesquisa abrange os bairros Vila Luiza, João Botelho, Sumaré, São Judas II, Dr. Antônio Pimenta, Dr. João Alves, Vila Telma, José Carlos de Lima, Conjunto Havaí, Maria Cândida, Morrinhos, Morrinhos I, Santa Rita I, Roxo Verde, Francisco Peres e Clarindo Lopes que segundo o CCZ, onde 4.598 cães foram examinados em 2013 e novamente reavaliados em 2014.
Para combate ao Flebótomo nas residências, a CCZ orienta a limpeza periódica dos quintais, com remoção de matéria orgânica, redução da umidade e do sombreamento (poda das árvores), além da retirada de pequenos animais de produção (galinhas, pombos, porcos, caprinos e etc), que servem de fonte de alimento para os insetos adultos.
Fonte: Jornal de Notícias