Universidade Federal de Minas Gerais cria projeto de atendimento móvel à animais carentes

Universidade Federal de Minas Gerais cria projeto de atendimento móvel à animais carentes
Universidade Federal de Minas Gerais cria projeto de atendimento móvel à animais carentes

O Brasil apresenta grande população de cães e gatos, porém muitos sofrem maus-tratos ou são abandonados por se tornarem “inconvenientes” à seus tutores irresponsáveis. É nesse cenário que se fundamenta o funcionamento do Projeto AGHA (Ação Global Homem Animal) em busca da melhoria da relação entre o homem e o animal doméstico. O projeto, que é uma iniciativa de docentes do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias da Escola de Veterinária da UFMG, inicia o ano com novidade: passará a contar com uma Unidade Móvel de Esterilização para a realização de suas ações.

O AGHA tem como objetivos principais levar o atendimento às cidades para que sejam feitas castrações de animais e educar a população sobre a guarda responsável, condições sanitárias dos animais e os cuidados necessários para se evitar a transmissão de doenças entre animais e seres humanos.

Universidade Federal de Minas Gerais cria projeto de atendimento móvel à animais carentes

Para aperfeiçoar ainda mais esses objetivos, no ano passado, o professor Rafael Faleiros, um dos coordenadores do AGHA, e o aluno participante do projeto Sandro Coelho, entraram em contato com o deputado federal pelo PT, Gabriel Guimarães para apresentar a demanda de uma unidade móvel de saúde dotada de um moderno centro cirúrgico para a implementação das campanhas do AGHA nas diversas comunidades do estado.

O deputado se comprometeu a ajudar a Escola e indicou através de emenda parlamentar 400 mil reais para a compra da unidade móvel. A aquisição do ônibus equipado com um mini consultório, bloco cirúrgico e totalmente adaptado para exercer o trabalho realizado no projeto contribuirá para a castração de um número ainda maior de animais e, consequentemente, na redução do alto índice de abandono relatado no Brasil.

“O abandono de cães e gatos tem causado importantes repercussões negativas na segurança, deles e das pessoas, e na saúde da população em geral com crescimento da incidência de zoonoses, ataques de animais e acidentes com animais soltos em vias públicas. Com a unidade móvel, trabalharemos para que o AGHA se torne exemplo de sucesso e que possa ser seguido por outras universidades, atingindo os mais diversos estados brasileiros”, diz o professor Rafael Faleiros.

O projeto realizou varias interversões no decorrer do último ano. Juatuba (MG) foi a primeira cidade atendida pelo AGHA com a castração de 90 animais. O trabalho exige o deslocamento de toda a estrutura da Escola para a realização dos procedimentos cirúrgicos, executados no espaço cedido pela administração municipal. “Com a estrutura que temos hoje devemos atender este ano 20 cidades, mas podemos triplicar este número com a compra da Unidade Móvel de Esterilização, além de levar o programa para os municípios em todo o interior do estado”, afirma Sandro Coelho.

De acordo com o aluno, a unidade será a primeira de Minas Gerais a seguir os padrões do Conselho Federal de Medicina Veterinária – CFMV. A Universidade Federal do Paraná – UFPR já possui um ônibus semelhante ao que será utilizado pelo AGHA.

Para o deputado Gabriel, a iniciativa vem para atestar a excelência e tradição da Escola de Veterinária da UFMG. “A Escola vem sempre se mostrando preocupada com a qualidade de vida animal”, declara.

Como funciona o projeto

Segundo a UFMG, na primeira etapa, é realizado o contato com prefeituras e subprefeituras localizadas na região metropolitana de Belo Horizonte para identificar aquelas que tenham interesse em estabelecer parceria com o Programa AGHA. Nessa fase, escolas são visitadas por pesquisadores e alunos para divulgação do evento.

A segunda etapa de diagnóstico, também denominada Evento AGHA, é realizada em local público (praça ou ginásio) onde os animais são examinados e coletadas amostras de sangue, a fim se efetivar o cadastro dos animais para as castrações. Nessa mesma oportunidade são realizadas pesquisas sobre o conhecimento dos tutores sobre zoonoses e guarda responsável.

Na terceira etapa, é realizada além da esterilização dos animais cadastrados, palestras sobre zoonoses e guarda responsável de animais, distribuição de folhetos e divulgação.

Fonte: Anda