Morcego foi encontrado morto no Bairro Jaraguá I na terça-feira (13); último caso de morcego positivo para vírus da raiva foi registrado na cidade em 2008.
Secretaria Municipal de Saúde intensificou a vacinação antirrábica em Montes Claros depois que um morcego foi encontrado morto no Bairro Jaraguá I contaminado com o vírus da raiva. A informação foi confirmada pela secretaria e pelo Centro de Controle de Zoonoses, na manhã desta terça-feira (27). De acordo com a coordenadora de epidemiologia, Maria Clara Lélis, os cães e gatos em um raio de 500 metros de onde o animal foi encontrado serão vacinados.
“A secretaria se mobilizou para o bloqueio da transmissão do vírus; até então, ele foi encontrado no meio animal. No meio urbano, os principais transmissores são os cães e os gatos. Por isso, a intensificação da vacina antirrábica nestes animais. O ataque deles ao homem é muito mais comum ao ataque do morcego”, explicou.
Segundo o coordenador de Saneamento e Controle do CCZ, Flamarion Cardoso Gualberto, o morcego, da espécie frugívoro, que se alimenta de frutas, foi encontrado na Rua Zaira Celestino Pinheiro na terça-feira (13). O exame no animal foi feito em Belo Horizonte e o resultado positivo saiu na última sexta (23).
“É importante que os moradores fiquem atentos ao movimento de morcegos durante o dia, o que não é habitual. Sempre que encontrarem algum animal morto a orientação é chamar o CCZ”, disse.
Vacinação Antirrábica
Uma equipe do Centro de Controle de Zoonoses está no Bairro Jaraguá I desde sexta-feira (23). As vacinas acontecem durante o dia de casa em casa e, de noite, na antiga Praça do Chinelão, das 18h às 20h. Na quinta-feira (29), as vacinas serão aplicadas na sede do CCZ.
“É importante que 100% dos cães sejam vacinados. A população de cães e gatos de rua da região onde o morcego foi encontrado também está sendo vacinada pelos agentes; neste caso, além da vacina, ainda estamos fazendo testes de leishmaniose. A vacina tem validade de um ano e o reforço é muito importante”, destacou o coordenador do CCZ.
A professora Déborah Felix é moradora da Rua Alameda dos Jatobás e recebeu os agentes em casa para o reforço da vacina no cachorro dela, na manhã desta terça-feira (26). Ela reforça que a vacinação é rápida e o procedimento é simples.
“Eu cheguei do trabalho e vi os agentes na rua. Pedi para eles irem lá em casa e a aplicação da vacina foi bem tranquila. Eles apenas pedem pra gente segurar o cão e divulgar entre os moradores sobre o posto de vacinação para quem não fica em casa durante o dia”.
Doença
O médico veterinário do CCZ, Joel Fontes, explicou que a doença é viral e que os humanos se contaminam pelo contato da saliva. O último caso de morcego positivo para vírus da raiva foi registrado na cidade em 2008.
“O vírus se mantém vivo entre os mamíferos e é transmitido ao homem por meio do contato da saliva do animal contaminado, como cães, gatos e morcego. A doença é fatal. No Brasil, apenas um caso de cura foi registrado em 2008. No entanto, é importante ressaltar que o morcego é importante para o meio ambiente e que não deve ser morto pela população. Qualquer caso de doença ou morte no animal deve ser notificado ao CCZ”, explicou o veterinário.
Os sintomas da doença de raiva normalmente são parecidos em animais e humanos e afetam o sistema neurológico. O período de encubação do vírus e de até 45 dias no homem.
“No início, a pessoa sente mal estar, dor de cabeça, falta de apetite. A partir daí, os sintomas podem atingir o sistema nervoso e, em dez dias, a vítima pode ir a óbito. A população precisa entender que a principal ação preventiva é a vacina”, reforçou.
Todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus da raiva e, portanto, podem transmiti-la. A transmissão da raiva se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura, arranhadura e lambedura de mucosas.